Farmacologia Em Endodontia

Não pretendo esgotar o assunto, mas sim abrir um espaço democrático para o debate sobre a Farmacologia em Endodontia. Independentemente das suas escolhas, o propósito é comum a todos os cirurgiões-dentistas: a saúde e o bem-estar dos pacientes.


Na Odontologia, realizamos procedimentos invasivos em uma das áreas mais inervadas do corpo humano. Todo cirurgião-dentista deve ter competências para prevenir e paralisar a dor inflamatória, infecções e o “estresse cirúrgico”.

Veja abaixo os fármacos que são minha primeira opção. Assista o vídeo para mais detalhes e demais informações.

  • ANALGESIA
    • pré-operatório: dexametasona 4mg (1 comprimido) 1 hora antes do procedimento.
    • pós-operatório: dipirona sódica – 500mg a 1g (> 12 anos) a cada 4h por até 48h.
  • CONTROLE DA ANSIEDADE
    • midazolam 7,5mg ou alprazolam 0,5mg (requer 30min para efeitos)
  • ANESTESIA
    • lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000

QUANDO PRESCREVER OS ANTIBIÓTICOS?

Sistemas de defesa do paciente não conseguem, por si só, controlar o processo infeccioso:

  • pacientes portadores de doenças metabólicas (ex. diabetes) ou imunossuprimidos;
  • sinais locais de disseminação da infecção: limitação da abertura bucal, linfadenite, celulite;
  • manifestações sistêmicas da infecção: febre, taquicardia, falta de apetite e mal-estar geral.

Screen Shot 2016-01-05 at 02.13.51A duração do tratamento com antibióticos depende do curso (evolução) da infecção. A prescrição deve ser feita inicialmente por um período de três dias e nova consulta deve ser realizada antes de 72h para reavaliação clínica.

O único parâmetro confiável para interromper a terapia antibiótica das infecções agudas é a remissão dos sinais e sintomas clínicos; a experiência mostra que a duração média do tratamento dos abscessos é de 3-5 dias.



Se gostou, tem dúvidas, críticas ou sugestões, deixe o seu comentário abaixo! A sua opinião é muito importante para mim.

Não deixe de se inscrever no nosso blog e canal do YouTube. Em breve várias outras aulas e material para você aperfeiçoar sua prática clínica.

Sorria! Sucesso!

Forte abraço!

Welington

32 Comentários


  1. Gostei muito de sua iniciativa, muito bom poder me atualizar em casa, tirar dúvidas, parabéns!


    1. Olá Cátia! Muito obrigado pelo interesse e pelo feedback positivo! Fico muito feliz em contribuir com seu trabalho. Vamos fazer de 2016 o melhor ano de todos! Forte abraço! Welington.


      1. Gostei muito .Excelente nos permite ficar sempre atualizados, quero poder sempre receber mais informações.

        Obrigado!


        1. Olá Ana Maria! Muito obrigado pela confiança em meu trabalho! Desejo que este seja o melhor ano de todos! Conte comigo na caminhada. Forte abraço, WPJ.


  2. Muito obrigada! Teus artigos e cursos são realmente bons e úteis.


    1. Olá Rita! Muito obrigado pelo interesse e pelos elogios! Isso me alegra e motiva a continuar! Fico feliz em poder contribuir com sua prática clínica. Vamos para o melhor ano de todos! Forte abraço, Welington.


  3. oi suas aulas são sempre muito boas. uso outro protocolo mas com diferenças mínimas como por exemplo o uso da amoxicilina com ácido clavulânico. Mas nada extraordinário!
    Gostaria de saber por que não recomenda fazer a anestesia troncular com articaína? não entendi muito bem!

    abraço


    1. Oi Ieda! Muito obrigado pelos elogios e pela participação novamente.
      Acho válido também o uso da amoxicilina com clavulanato de potássio (inibidor de betalactamase) mas, de acordo com Groppo et al. (2014), “não deve ser uma prática comum em odontologia, devendo-se reservar seu uso para aquelas infecções que não respondem clinicamente ao tratamento com as penicilinas (isoladamente ou associadas ao metronidazol), ou quando se identificar a presença de bactérias produtoras de betalactamases (peniclinases), por meio de culturas microbiológicas.”
      Não recomendo a articaína para anestesia troncular porque, como foi dito na aula, o índice de falhas na anestesia do nervo alveolar inferior é altíssimo e “seu uso em técnicas de bloqueio regional tem sido associado a um aumento na incidência de parestesia, provavelmente devido à concentração de 4%, maior do que a dos demais anestésicos disponíveis no Brasil.” (Haas & Lennon, 1995; Hillerup et al., 2006; Gaffen & Haas, 2009; Garisto et al., 2010; Hillerup et al., 2011).
      Forte abraço!


    1. Olá Aline! Muito obrigado pelo interesse e participação. Fico muito feliz em poder contribuir de alguma maneira, e sua mensagem me alegra e motiva. Vamos fazer de 2016 o melhor ano de todos! Forte abraço, WPJ.


  4. Ola professor! Estou gostando muito das suas aulas, vou começar a assistir sempre. Fiquei em dúvida quanto à prescrição de ATB nos casos de periodontite apical sintomatica. Nestes casos, o uso seria para pacientes imunocomprometidos? Ou há casos de febre, mal estar, etc além dos abscessos agudos? Obrigada!


    1. Olá Natalia! Muito obrigado pelo interesse e participação.
      Em relação a sua pergunta, sim, eu prescrevo antibióticos não só para imunocomprometidos, mas também em casos de sinais locais de disseminação da infecção, como por exemplo os abscessos que você mencionou, e também quando há manifestações sistêmicas da infecção, como febre, taquicardia, falta de apetite e mal-estar geral.
      Forte Abraço, WPJ.


      1. Obrigada! Apenas para me certificar… Qualquer caso de endo (seja um canal favorável ou uma polpa viva, por exemplo), o senhor prescreve ATB para imunocomprometidos e diabeticos?
        Abraço!


  5. Parabéns, cada vídeo estou mais encantada com seu trabalho! Esclareceu muitas dúvidas! Só tenho uma pergunta: a solução aquosa é utilizada na medicação intracanal mesmo deixando por 30 dias! Obrigada e vou assistir os que ainda não vi!


    1. Olá Laciana! Muito obrigado pela participação aqui no Blog! Fico muito feliz em poder contribuir de alguma forma.
      Em relação à pergunta, sim, utilizo como veículo sempre a solução fisiológica ou a água destilada. O que me permite que este hidróxido de cálcio permaneça por 30 dias é a forma que insiro a medicação intracanal; eu faço uma pasta mais consistente, não tão fluida, parecendo uma “pasta de dente ressecada” e condenso bem a medicação levando a pasta com a lima memória (última lima utilizada no preparo do canal radicular)… Às vezes é trabalhoso para tirar na segunda sessão, mas garante que a medicação preencherá todo o canal. (vou fazer um vídeo bem explicativo qualquer dia)
      Forte abraço, WPJ.


    1. Olá Vanessa! Muito obrigado pela mensagem! Fico feliz em poder contribuir de alguma maneira para a sua prática clínica. Vamos fazer de 2016 O Melhor Ano de Todos! Forte Abraço, WPJ.


  6. Oi Welington, simplesmente amei sua aula de farmacologia. Muitas informaçoes importantes. Achei muito interessante a dica para anestesiar molares mandibulares,pois tenho tido uma porcentagem alta de insucesso nessa anestesia. Quero continuar aprendendo….Abraço,Márcia.


    1. Olá Marcia! Muito obrigado pelo interesse e feedback positivo. Fico feliz em poder contribuir de alguma forma com a sua prática clínica. Vamos fazer de 2016 o melhor ano de todos! Forte abraço, Welington.


  7. EXCELENTE!! adorei sua aula de farmacologia! seguirei seu protocolo! Parabens !


    1. Olá Sara! Muito obrigado pelo interesse e participação. Fico feliz em poder contribuir positivamente para sua prática clínica. Qualquer dúvida, estou à disposição. Forte abraço, WPJ.


  8. Olá!!!
    Parabéns pela aula!

    Fiquei com dúvida quando você se referiu a 3-5 dias para duração de antibiótico em abcessos, por exemplo. Por que você não passa por 7 dias?

    Isso não causaria a resistência bacteriana em caso de bactérias remanescentes?

    Muito obrigada!!!


    1. Olá Patrícia!
      Muito obrigado pelo interesse e participação aqui no blog. Fico muito feliz que tenha gostado.
      Tentarei ser sucinto, mas pedirei sua ajuda para responder essa questão. rs Você concorda comigo que se a bactéria é resistente, tanto faz 1g ou 1kg de antibiótico? Afinal, ela é resistente… Não adianta aumentar a dose ou o tempo de exposição ao antibiótico. Aliás, quanto mais tempo o paciente tomar antibiótico, maior a seleção de micro-organismos resistentes, uma vez que os “não-resistentes” seriam eliminados em maior número. Portanto, ter micro-organismos presentes não significa infecção. Esse é um conceito importante. Outro ponto é que quem cura a doença (processo infeccioso) é o organismo do paciente, através da resposta inflamatória e imunológica. Assim, os antibióticos são coadjuvantes importantes no tratamento, mas não são o fator determinante na cura. Se a resposta inflamatória e imunológica do paciente for deficiente, nada feito… não haverá cura. O que temos de fazer, como clínicos, é criar condições para que o organismo controle o processo definitivamente, ou seja, clinicamente quando há remissão dos sinais e sintomas clínicos da doença, não se faz mais necessária a manutenção do antibiótico por longo período adicional.
      Faz sentido para você?
      Forte abraço, Welington Pereira Jr.


  9. Ótima iniciativa estamos nos aprimorando com estes conteúdos,muito obrigada


    1. Olá Bina! Muito obrigado pelo interesse e pela mensagem. Seu feedback faz muita diferença para mim, ok? Forte abraço, Welington.


  10. MARAVILHOSA A AULA, BEM EXPLICATIVA….ATENDE UM PACIENTE ESSA SEMANA COM ABSCESSO PERIAPICAL SEM FISTULA EM FASE 3…ESTAVA NA DUVIDA QUANTA MEDICAÇÃO AQUI PODE SANAR QUALQUER DUVIDA…JA ESTOU SEGUINDO..PARABENS..


    1. Olá Narayane! Muito obrigado pelo interesse e pela mensagem. Fico feliz que tenha gostado do conteúdo. Forte abraço!

Comentários encerrados.